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OS NEOBANCOS

O sistema bancário Português tem sido historicamente dominado pelos bancos tradicionais.

Apesar das crises financeiras, das resoluções, das fusões e aquisições, a realidade é que a banca tradicional e o seu modelo de negócio, se têm mantido relativamente imunes às mudanças que o setor tem vindo a registar em termos globais.

No entanto, esta realidade está a mudar radicalmente. O surgimento/emergência dos chamados NeoBancos vem trazer disrupção ao mercado e colocar sob pressão os bancos tradicionais e o seu modelo de negócio.

Os NeoBancos são bancos totalmente digitais, altamente alavancados em tecnologia, dirigidos maioritariamente ao segmento millennial e a clientes com elevadas competências digitais, ávidos de uma experiência de utilização móvel, segura, simples e transparente.

Os NeoBancos têm basicamente duas origens: NeoBancos que são criados pelos bancos tradicionais, para endereçar os segmentos referidos e de posicionamento estratégico no mercado e que utilizam as licenças bancárias já existentes, ou, NeoBancos criados de raiz, baseados em infraestruturas tecnológicas altamente inovadoras, flexíveis cuja licença bancária tem que ser atribuída. Em comum têm uma estrutura de custos ligeira, produtos simples e uma experiência de utilização transparente e inovadora, muitos apenas com disponibilização de app móvel como meio de interação com o banco.

Em Portugal temos assistido à entrada discreta destas novas entidades. Consultando a lista de entidades autorizadas a operar pelo Banco de Portugal, verifica-se que, por exemplo o OpenBank (Santander) e o N26 (independente, formado a partir de uma Fintech) têm já autorização para operar no nosso país. Com a recente autorização para a abertura de conta online, com recurso à videoconferência, caiu a ultima barreira à concorrência dos NeoBancos aos bancos tradicionais.

O momento é de posicionamento e de reformulação das estratégias digitais, pois a concorrência será feroz. Em breve, para além dos NeoBancos, poderemos ter a entrada no mercado dos TelcoBancos (a Altice já está em conversações com o Banco de Portugal). E também da Google, da Apple, da Amazon, do Facebook, da Paypal e de outros players menos óbvios (no Reino Unido uma cadeia de distribuição alimentar, a Tesco, tem já um banco a operar no mercado).

Os bancos tradicionais têm um longo caminho a percorrer se quiserem manter o seu posicionamento e a sua quota no mercado a médio prazo. Os NeoBancos estão a desbravar um caminho que, rapidamente, todos serão obrigados a percorrer de forma acelerada: o caminho da digitalização dos serviços, da simplificação dos produtos e da eficiência total dos processos, em convergência com as necessidades dos clientes atuais e futuros.

Artigo de opinião por Pedro Branco, Financial Services Senior Manager, Glintt Portugal