Por Anton Musgrave, futurista e orador convidado da 5.ª edição do HINTT - Health Intelligent Talks and Trends

O Mundo como o conhecemos está a entrar numa Era totalmente nova… uma Era de disrupção, mas também uma Era onde a inovação exponencial acontece a uma escala nunca antes vista e a uma velocidade que é quase impossível de compreender e acompanhar.
No entanto, a mudança do nosso antigo para este novo e entusiasmante Mundo tem as características de uma colisão massiva, não muito diferente de uma colisão entre dois corpos físicos de grandes dimensões. Como sabemos, quando os planetas e estrelas, ou outros astros, colidem, o impacto entre as suas massas corporais provoca resistência e altas temperaturas. E, muitas vezes, esta transição entre Mundos é um processo que de “cool” nada tem. No caso das empresas, a resistência é criada porque se mantém viva a herança de antigas formas de fazer negócio e de visões ultrapassadas, que entram em confronto com os novos pensamentos, estratégias e tendências. Acaba, assim, por impedir a adoção de medidas disruptivas e atrasar a inovação que tem de acontecer para entrarmos neste novo Mundo.
Estamos a viver uma Era em que os líderes são obrigados a procurar definições inteiramente novas para conceitos de negócio tradicionais, tais como velocidade, colaboração, inovação, confiança, equidade do paciente nos cuidados de saúde, entre muitos outros. Estas novas definições vão definir e inspirar novas ações e comportamentos de liderança, moldando a forma como as organizações vão ser capazes de responder e de capitalizar as diferentes oportunidades no novo Mundo em que estamos a entrar. E, caso não nos adaptemos, isso significará o fim.
Cada vez mais a inovação acontece à medida que indústrias, tecnologias e disrupções se cruzam e sobrepõem. Temos de acabar com os silos, pensamentos lineares e comportamentos desfasados. O fator diferenciador para a liderança será a curiosidade e a capacidade de contemplar implicações de segunda e terceira ordens destas interseções e sobreposições. Os líderes precisam de criar ambientes seguros para as equipas explorarem novas ideias, novas formas de fazer acontecer.
A digitalização está em todo o lado. Falar em transformação digital já não é nenhuma novidade. Chegou a altura de alavancar os novos negócios digitais. O mercado de Healthcare está cada vez mais a abraçar conceitos tecnológicos, com provas dadas em vários setores e indústrias, tais como Inteligência Artificial, Machine Learning e Robotic Process Automation.
Através de uma radical integração de dados e de interoperabilidade de sistemas, brevemente irão surgir novas soluções médicas, como sensores implantados em órgãos vitais, que irão conectar-se a dispositivos inteligentes.
Os tradicionais silos no setor da Saúde em breve irão desmoronar e implodir. Os responsáveis deste setor precisam de olhar para o que está a acontecer noutros mercados e aprender com as suas falhas, porque estas são verdadeiras lições, uma vez que estas disrupções não vão desaparecer até todos (os setores) se reinventarem.
O cidadão também está a mudar a sua forma de estar e de olhar para a sua saúde, basta observarmos como os mais novos se comportam e reagem ao Mundo que os rodeia.
As lideranças precisam ser transparentes e sinceras sobre que pressupostos e drivers de mudança vão continuar a ser relevantes dentro de 5 ou 10 anos e posicionarem-se no sentido de não apenas construírem rapidamente o seu novo caminho, mas para crescerem de forma exponencial. Os líderes de hoje têm de explorar criativamente todas as soluções e aceitar a vulnerabilidade inerente à gestão atual de um mundo em disrupção: o facto de não terem uma resposta para todas as questões.
A mudança acontece a passos largos e precisamos de agir hoje para garantir que o amanhã não será uma questão de acaso, mas antes uma escolha estratégica nossa! Transformemos o nosso futuro de cuidados de saúde numa viagem em que as nossas crianças se sintam orgulhosas. Um futuro que ofereça a oito mil milhões de pessoas soluções relevantes, com valor para cada um de nós e a um preço justo.
Fonte: Líder Magazine