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A importância do erro na construção de um bom profissional

Atualmente, muito se tem abordado temas relacionados com os recursos humanos e sobre qual a melhor forma para se reter talentos.

Embora se cheguem a diversas conclusões de iniciativas que, por norma, as empresas tentam implementar, existe um fator que muitas ainda não o desmitificaram dentro da sua cultura empresarial e que poderá ter um enorme impacto nos seus colaboradores.

Por alguma razão se afirma que “errar é humano". Na verdade, e apesar de assim o ser, na nossa vida profissional, somos constantemente confrontados com o medo de fazer algo incorreto. O receio da invalidação, reprimenda ou correção em contexto laboral poderá tornar-se um problema sério que pode mesmo ser paralisante. Nesta mesma linha de pensamento, é comum depararmo-nos com profissionais que, por receio de errar, deixam de arriscar por completo.

Neste contexto, surge um enorme desafio: num mercado de ritmo acelerado como o das tecnologias, onde existem empresas cada vez mais competitivas, a inovação é a base do sucesso.  Para ser disruptivo e reinventar a mensagem, seja ela qual for, é necessária coragem para se sair fora da zona de conforto. Neste sentido, a experimentação deve fazer parte do caminho de qualquer talento. Aprender com os erros, definir o que pode ou não ser feito e ir ajustando o processo de aprendizagem é o mais importante no crescimento profissional de cada um. Mas, para isto, é preciso abraçar o desconhecido e arriscar.

É essencial para a gestão de talento, que sejam transmitidas estas ideias aos colaboradores e às hierarquias de forma a fomentar-se um ambiente laboral onde arriscar e desafiar status quo sejam considerados mais valias para a empresa. E que os erros sejam vistos como um passo para a aprendizagem. Thomas Edison não teve sucesso à primeira tentativa, foram necessários 99 erros para criar a lâmpada, daí procurarmos profissionais que para além de desafiarem os conceitos existentes, sejam resilientes perante as adversidades e não desistam se falharem às primeiras 99 tentativas…

De facto, um dos aspetos mais importantes neste âmbito passa pela contratação de “sangue novo". De um modo geral, os jovens apresentam fortes capacidades de gestão e liderança e são profissionais que ainda não têm medo de errar ou de apostar em novas ideias. De acordo com um estudo recente da Harvard Business Review, a partir dos 35 anos, os primeiros millennials começam a assumir cargos de liderança e estão a mudar o ecossistema das empresas, representando já 32% da força de trabalho nacional (50% a nível global). A aposta do talento jovem em empresas de tecnologia continua por isto a ser a chave para uma maior liberdade de ideias criativas e irreverentes, características imprescindíveis nesta área de atuação. Esta aposta dá outro valor às empresas, sendo valorizados jovens que se destaquem pela sua experiência e resposta a desafios.

O que pretendemos é fomentar uma cultura em que todos podem e devem aprender a errar mais e melhor, pois aqueles que assumem riscos e mantêm o seu foco, conseguem alcançar o inalcançável para muitos outros. Na Glintt não temos a fórmula mágica, mas acreditamos que pequenas mudanças diárias nos permitem chegar mais perto dos nossos objetivos:

  • Dar pequenos passos. Mudar mentalidades não é fácil e a melhor maneira de fazer decisões diferentes é estar informado. Fazer pesquisa, escrever prós e contras e falar com colegas, para nos tornarmos mais confiantes em arriscar.
  • Fazer decisões com confiança. Após definir um plano de ação, é importante perceber que não fazer uma escolha é uma escolha por si mesma, o que cria maior incerteza. Se arriscar é difícil, é então importante definir uma data a partir da qual a decisão não pode ser adiada.

Numa atualidade em que tudo é escrutinado, é fácil apontar erros, sejam eles cometidos intencionalmente ou não. Mas os profissionais mais inovadores não são aqueles que fazem tudo na perfeição, mas aqueles que não têm medo de arriscar.


Por Inês Pinto, HR Business Partner da Glintt