A Glintt lnov dá palco - como o próprio nome sugere - às iniciativas de inovação que a empresa desenvolve. O diretor, Hugo Maia, vê no projeto um challenger para os colaboradores, que são, assim, incentivados a contribuírem com ideias.
Um ano e pouco volvido do lançamento da plataforma, está identificado o que vem a seguir: transformá-la numa incubadora de startups para a área do digital health.
"A inovação não se encerra em si mesma. E também não há uma fórmula mágica para ela, nem na Glintt lnov!" diz o diretor, Hugo Maia, que caracteriza a plataforma como irreverente, jovem e humana. Ela surgiu para isso mesmo: questionar e desafiar os preconceitos já instituídos, através de novas ideias, que podem vir a moldar e a contribuir para o negócio da empresa. Outro dos propósitos é dar a conhecer os serviços tecnológicos que a Glintt desenvolve, nas suas diferentes valências, para o ecossistema da Saúde.
"Criamos soluções para serem utilizadas por pessoas e que têm como destino final outras pessoas. É muito importante ter isto presente", afirma o diretor, argumentando que, mesmo tratando-se, por vezes, de transformações pequenas, elas melhoram sempre a experiência das pessoas. Como, por exemplo, permitir que uma farmácia demore menos tempo em processos burocráticos quando atende um cliente. De processos também é feita a inovação, seja ela estratégica, planeada, disruptiva, incremental ou outra.
Hugo Maia explica que, muitas vezes, quando alguém está a assumir um projeto, pode encontrar algo que pareça interessante. Tem duas hipóteses: desvaloriza e continua; ou coloca a ideia no portal da Inov e, a partir daí, pode vir a fazer um pitch e a sponsor management team dizer "tem pernas para andar, vamos apoiar". Esse é um processo de inovação interna, mas também os há com parceiros - clientes, entidades ou empresas. "Muitos deles têm acesso a financiamento".
Neste momento, metade dos projetos que acompanham são subsidiados. "Colocaram-see as candidaturas para financiamento público e foram aprovadas. A outra metade é investimento direto nosso".
"A inovação tem uma componente de responsabilização maior na área da saúde porque estamos a falar da vida humana"
A plataforma tenta envolver os stakeholders importantes para o processo, quer ao nível dos clientes, quer das entidades, sejam elas instituições, pessoas ou associações de doentes - "Tentamos fazer ver que a Glintt tem inovações, na área da saúde, que são relevantes e podem ser transformacionais", explica.
A comunicação "clássica" é feita através dos grandes meios de comunicação ou em congressos. Se for para dar a conhecer uma ideia, já é de forma direcionada. Por exemplo, quando existe um sistema ou um produto interessante que tenha tudo para ser transformacional na área da Saúde, é preciso alavancá-lo como se de uma startup se tratasse, de forma a investir ou recolher investimento e levá-lo para fora.
"Gostamos de comunicar com dinâmica. Fizemos, recentemente, uma iniciativa de open innovation, em que convidámos pessoas de fora a responder a um desafio que lançámos. É uma forma de mostrar que a Glintt é um player importante para a disrupção na Saúde", conta.
Hugo Maia considera que o setor está a tornar-se uma commodity. As pessoas têm acesso a informação e a serviços de saúde distintos - público, privado e semiprivado - tendo, atualmente, a capacidade de entender aquilo que se passa com o corpo e a saúde delas. Isso coloca-as numa posição em que conseguem decidir qual o melhor caminho terapêutico a seguir. Aqui, é perentório e afirma que "não deve ser inovação por inovação; quando ela se depara com um paradigma destes, ganha ainda mais importância, na medida em que tem de permitir que essa tendência (de análise por parte da pessoa) seja feita da forma mais correta e informada possível".
A inovação é um atributo transversal a toda a empresa, que conta com cerca de 1.100 colaboradores. A Glintt lnov tem pouco mais de um ano, período que serviu para tentar perceber que valências e ferramentas internas tem, e quais são aquelas que ainda faltam. Quase a chegar ao final desse processo de apreciação, Hugo Maia afirma que têm "bem identificado" o que querem continuar e o que querem deixar de fazer, bem como aquilo que falta para poderem atingir outro nível.
Apesar de a inovação interna ser uma das "forças da empresa" e de ter um capital humano "muito competente", com diferentes backgrounds e que todos os anos tem sangue fresco - através da academia da empresa - tem noção de que "sozinho não se vai a lado nenhum, são precisas parcerias".
Neste sentido, está assumido que o caminho é trabalhar para transformar a plataforma numa incubadora de startups para a área do digital health, porque vai permitir "ter acesso a outros instrumentos, outras tecnologias e diferentes formas de olhar para o negócio da Saúde".
Comunicar inovação
"Existe uma possibilidade de construirmos um processo gradual que leva até à inovação. O que temos procurado fazer é incentivar as pessoas internamente a pensarem diferente e a contribuírem".
A inovação tem uma importância crucial no ecossistema da Saúde, e essa mensagem deve ser passada às pessoas. O diretor da Glintt Inov considera que, primeiro, é fundamental que as pessoas saibam que existem coisas que lhes podem facilitar a vida. "A comunicação da inovação deve, sempre, desmistificar algumas questões e informar que existe um conjunto de produtos/sistemas/ processos disponíveis, os quais as pessoas podem e devem ser incentivadas a utilizar".
Hugo Maia dá o exemplo do RGPD - Regulamento Geral da Proteção de Dados. Este leva a que a população tenha receios "naturais" que, de alguma forma, devem ser esclarecidos para que a sua experiência seja diferente. "Se me perguntarem se eu me importo de ter o meu processo de saúde partilhado em todos os hospitais do País, eu digo que não se isso contribuir para que a assistência que me é prestada, num caso de emergência, seja melhor, mais rápida, eficiente e barata", justifica.
Fonte: Briefing