Levar a cada projeto e a cada cliente na área da saúde as suas inovadoras propostas tecnológicas é o que move a Glintt, que mantém na I&D a sua aposta.
Fonte: Revista Exame
Com mais de 20 anos de experiência, a Glintt-Global Intelligent Technologies é uma multinacional especializada em consultoria e serviços tecnológicos na área da saúde. Tem escritórios em seis países, e só na Península Ibérica as soluções são utilizadas em mais de 200 hospitais e clínicas e em 14 mil farmácias.
A constante inovação e preocupação em responder às exigências dos clientes permite à empresa ter uma presença forte no ecossistema da saúde, tendo como fator diferenciador os mais de 200 consultores especializados (desde farmacêuticos, enfermeiros ou engenheiros biomédicos) com conhecimento técnico sobre as aplicações.
A sua estratégia empresarial tem como base um compromisso com a inovação, procurando novas soluções para os complexos desafios que o setor da saúde enfrenta, de forma “a melhorar a qualidade de vida das pessoas, promovendo a adoção de comportamentos que reduzam o risco da doença, criando condições para uma melhor resposta do sistema alargado de saúde”, assegura a organização.
Com este ponto de partida, criou, inclusivamente, um hub de inovação, o Glintt Inov, que visa apoiar projetos internos e externos à empresa na área do digital health, e no qual prevê investir por ano cerca de 4 milhões de euros na criação de novas soluções para a saúde, contribuindo desta forma com inovação tecnológica para a melhoria dos níveis de saúde e bem-estar na sociedade global.
Levar Inovação aos Hospitais
A aposta da Glintt em inovação tem sido levada à prática através da multiplicidade de projetos que, ao longo dos anos, tem desenvolvido em parceria com diversas instituições. Foi o caso do implementado no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho (CHVNG/E), uma instituição que tem como missão a prestação de cuidados de saúde diferenciados, o ensino pré e pós graduado, investigação e desenvolvimento científico em todas as áreas das ciências da saúde. A sua área de influência ronda os 700 mil habitantes e o peso da logística hospitalar e da gestão de stocks, em todas as vertentes de atividade hospitalar, era enorme e complexa. As soluções existentes não permitiam uma abordagem dinâmica na análise de dados, como seria necessário para responder à problemática logística identificada pelo hospital.
O Centro Hospitalar encontrou na Glintt a resposta para solucionar este desafio. A proximidadeda organização à academia e às entidades de I&D permitiu encontrar no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC) e no Centro de Engenharia Industrial e Gestão, em particular, parceiros para o desenvolvimento do motor de inteligência do KnowLogis.
Dessa parceria resultou a submissão da candidatura ao financiamento COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT, na vertente de copromoção, aprovada em 2017. O projeto recebeu um apoio financeiro da União Europeia, através do FEDER, de 331.578 euros.
Os objetivos deste projeto passaram pelo desenvolvimento de um sistema de reporte inteligente para monitorizar e acompanhar, de forma ativa e dinâmica, os indicadores das atividades mais críticas da logística hospitalar, estimando, quantificando e sugerindo medidas de correção e de melhoria. Estava igualmente em causa o recurso a métodos avançados de engenharia de sistemas e investigação operacional, como simulação, otimização e previsão.
Com base nestes métodos, o sistema seria capaz de gerar cenários alternativos e de estimar o impacto operacional e financeiro resultante de alterações aos indicadores de gestão. Outro dos objetivos era a cria ção de uma nova abordagem de gestão logística hospitalar, alicerçada num sistema inovador para apoio à decisão. A componente inteligente apoia ria o decisor nas suas decisões, identificando, quantificando e sugerindo medidas de correção e melhoria que tomariam demasiado tempo ao decisor se as tivesse de construir manualmente.
Os resultados da parceria não tardaram em fazer-se sentir, como explicou a Glintt. Melhoria na eficiência operacional da logística hospitalar, redução de custos, através da diminuição de quebras e níveis de inventário, transformação do paradigma da logística hospitalar e dotação das unidades hospitalares de ferramentas que contri buam para a formação de profissionais de gestão logística mais capazes foram alguns deles.
Parceria de sucesso
Daniela Silva Maia, vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, explicou de que forma a parceria entre esta unidade de saúde e a Glintt resultou numa solução de organização mais eficiente e menos dispendiosa no que toca à logística hospitalar.
Para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho o que si gnifica este projeto?
O Centro Hospitalar é uma instituição que presta cuidados de saúde diferenciados, onde o impacto de uma falha na cadeia de abastecimento é enorme. Há cerca de 10 anos desenhámos um modelo logístico apoiado numa reposição por níveis, registo de consumos ao doente para algumas tipologias de bens e em ferramentas de logística colaborativa (consignação).
No entanto, desde essa altura os pressupostos de colocação de uma nota de encomenda foram mudando. Hoje, num hospital EPE a colocação de uma nota de encomenda é precedida de um processo pré-contratual exigente. Os próprios distribuidores têm vindo a deslocalizar armazéns como resposta a processos de reestruturação e o lead time tem-se forçosamente ressentido.
Paralelamente, a procura interna é mais exigente. O hospital sente que só um modelo dinâmico que tire partido dos dados registados e, de forma automática, tire partido de algoritmos que auxiliem na colocação da encomenda poderá responder a uma realidade cada vez mais desafiante. Contamos que o presente processo permita uma redução do valor médio de existências em pelo menos 10%, assim como uma redução do tempo despendido em todo o processo, desde a deteção de uma necessidade até à colocação de um nota de encomenda em pelo menos 20%, e uma melhoria na eficiência operacional da logística hospitalar, aumentando o nível de serviço e, assim, proporcionando melhores cuidados de saúde.
Qual o objetivo de melhoria na área de gestão de stocks para o biénio 2020-2021?
O hospital gostaria de externamente ser reconhecido como modelo no relançamento do paradigma da logística hospitalar, valorizando-a como um elemento crítico da cadeia de valor e potenciador da prestação de melhores cuidados de saúde e, internamente, ser um serviço de suporte de confiança para a prestação de cuidados de saúde.
O desafio exige uma melhoria global da eficiência operacional da nossa logística hospitalar, assim como uma melhoria do efetivo, através de criação de mecanismos automáticos de apoio à decisão que permita alavancar mais ferramentas de logística colaborativa e de criação de valor. De referir que este desafio ocorre num momento em que o hospital se encontra em processo de requalificação física, com a construção de um novo edifício. Findo este período, estaremos em condições de fechar a cadeia e poderemos aliar, como previsto, a robótica ao processo de distribuição.
Qual a relação com a Glintt e com o INESCTEC no desenvolvimento desta solução?
Uma tríade com objetivos bem definidos: o hospital com dificuldades de operação diárias em conseguir identificar e em despoletar necessidades de encomenda e processos que garantam o nível de serviço aos doentes e o controlo orçamental; o INESCTEC, uma entidade de I&D que pretende produzir ciência e trazer o estado da arte de advanced analytics para a saúde; a Glintt, uma tecnológica e consultora que faz a ponte entre o conhecimento dos processos e circuitos e o potencial de reengenharia dos mesmos.