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“Criámos a Nexllence, powered by Glintt, para servir as organizações que compreendem o valor que a tecnologia pode oferecer aos seus planos estratégicos”

O “annus horribilis” de 2020 chega ao fim, com a esperança ao fundo do túnel.

 

Claramente marcado pelos efeitos da pandemia, o exercício deste ano empresarial caracterizou-se pela entrada em cena de uma nova forma de operar por parte de empresas e instituições, que se viram obrigadas a dar o último salto para o mundo digital. David Faustino, Managing Director da Nexllence, falou com o Computerworld sobre o ano que encerra, mas essencialmente analisou o que nos reserva 2021.​


Em termos de negócio, que balanço faz de 2020? De que forma a pandemia influenciou o negócio da Nexllence e quais as consequências?

Criámos a Nexllence, powered by Glintt, para servir as organizações que compreendem o valor que a tecnologia pode oferecer aos seus planos estratégicos, e que através dela pretendam liderar um futuro cada vez mais digital, independentemente do setor de atividade, ou do controlo de gestão (privado ou público). 

Em 2020, potenciados pela situação pandémica do país e do mundo, considerámos que seria importante para a Glintt tornar mais visível, para o mercado, as duas faces da empresa: uma empresa com capital intelectual próprio de soluções para o setor da Saúde, e outra com a capacidade tecnológica para alavancar a transformação para o digital de grandes organizações. 

É neste contexto que surge a marca Nexllence (com lançamento oficial em outubro de 2020), que surge da evolução de duas unidades de negócio já existentes na Glintt – consultoria aplicacional e a área de infraestruturas – que atuam em áreas tecnológicas de grande especialidade e especificidade, estando inseridas num mercado de tecnologia em elevado crescimento a nível mundial. Com a Nexllence pretendemos transmitir a forte aposta da Glintt como hub de competências e know how com uma forte ambição de crescimento, capaz de atrair talento em áreas de forte inovação, e transformar esse talento em valor para os seus clientes.

Este ano, a Nexllence adquiriu a AB Consulting​, uma empresa inovadora, com uma capacidade reconhecida no desenvolvimento de soluções OutSystems, contribuindo para que possamos consolidar uma posição de liderança no suporte à transformação digital das organizações. Para além de reforçar a oferta da Nexllence, a AB Consulting tem uma oferta de formação e gestão de fábricas de software em modelo Agile, indo ao encontro das necessidades sentidas pelos nossos clientes. Espera-se que com esta aquisição, as equipas, clientes e parceiros da AB Consulting passem a beneficiar de serviços das mais de 300 pessoas da Nexllence, para além de outras ofertas tecnológicas que temos no nosso portfólio. Através destas soluções de infraestrutura de nova geração, as empresas vão conseguir um melhor o alinhamento tecnológico com o seu negócio, garantindo a sua competitividade, bem como um serviço de excelência ao cidadão, por parte das entidades de administração pública.


Quanto vale o negócio da  Nexllence em Portugal e qual a percentagem que representa no negócio global da Glintt na Europa?

A Nexllence representa aproximadamente 25% do volume total de negócios da Glintt.


Quais as expectativas para 2021? O negócio vai crescer? Quais as áreas mais relevantes?

Apesar do importante impacto da pandemia na globalidade das economias, a Nexllence espera encerrar o ano de 2020 com um crescimento de dois dígitos nos seus mercados mais importantes: Portugal e Espanha. 

As perspetivas para o ano de 2021 são de continuado crescimento, reforçado por uma politica de aquisições seletivas, que visa permitir o desenvolvimento de centros de excelência em áreas tecnológicas críticas. Será reforçada também a aposta nos mercados externos do Sul da Europa, com particular destaque para Espanha, país para o qual exportamos serviços tecnológicos há mais de 10 anos e onde investimos de forma determinada em 2020.

Ao longo dos anos temos acumulado um importante know-how em áreas tecnológicas de ponta como Cloud, Cibersegurança, Low Code, Middleware, Internet of Things e  Inteligência Artificial, experiência esta obtida em todos os setores de atividade. A aceleração da digitalização da sociedade, das empresas e das entidades públicas, levou a que sejamos crescentemente desafiados por mais clientes, que reconhecem a complexidade e criticidade de soluções por nós criadas, e pretendem utilizar este know-how nas suas empresas ou organismos da administração pública.

E mais importante do que a tecnologia, é a utilização que esta tecnologia tem, para os cidadãos, empresas e governos: a tecnologia deverá servir cada cidadão/consumidor de forma personalizada, e permitir a cada entidade pública ou privada prestar serviços ou vender os seus produtos de forma única e diferenciada dos seus concorrentes. A tecnologia deve ser única a cada entidade, de modo a ser uma alavanca da sua estratégia empresarial, e não a estratégia empresarial ser condicionada por ferramentas tecnológicas que não são flexíveis e condicionam a atuação das empresas ou entidades públicas.


Tendo em conta a necessidade de criação de emprego em Portugal, a Nexllence  tem previsto contratar em 2021? Com quantos colaboradores fecham em 2020, e quantos pensam ter no final de 2021? 

Atualmente a Nexllence tem aproximadamente 300 postos de trabalho, altamente qualificados. Perto de 80% dos colaboradores da Nexllence estão a trabalhar fundamentalmente a partir de casa, num movimento iniciado com a pandemia mas que se deverá manter no futuro, sendo parcialmente moldado por exigências operacionais, dado que os seus clientes (grandes empresas e organismos de administração pública central) por vezes ainda exigem equipas localizadas nos seus escritórios. 

Esta descentralização do local de prestação de serviços tem permitido a alguns colaboradores optarem por ir viver em regiões de menor concentração urbana, e até mesmo para fora de Portugal e Espanha. É um movimento com claros benefícios para os colaboradores e para o ambiente, e que implicou a criação de um conjunto de novas práticas de trabalho, e uma particular atenção à manutenção de um dos fatores de maior satisfação dos nossos colaboradores: o espírito de equipa.

Durante o próximo ano, pretendemos contratar até 100 pessoas, cobrindo essencialmente funções de elevado nível de especialidade técnica (cibersecurity, cloud management, tech lead Outsystems, API management, full-stack developers, data scientist, aplication architect, process automation), de gestão e direção de projetos e contratos, e também posições mais juniores, em que o objetivo é contratar mestrados de áreas tecnológicas e de gestão.


Quais as principais dificuldades que encontram, no mercado português, neste momento, no que respeita à abordagem da digitalização das empresas? 

A aceleração da digitalização da sociedade, das empresas e das entidades públicas, levou a que a Nexllence seja crescentemente desafiada por mais clientes, que reconhecem as nossas competências e experiência, e pretendem utilizar este know-how nas suas empresas ou organismos da administração pública. 

A convergência para a cloud, as expetativas de uma digitalização mais rápida dos negócios dos nossos clientes  e os desafios crescentes da cibersegurança e privacidade – tanto para as empresas, como para os cidadãos – estão a tornar a tecnologia mais complexa e integrada, fazendo com que a nossa preparação seja diária para conseguirmos, mais do que acompanhar, estar na crista da onda da disrupção tecnológica. Estamos totalmente conscientes da complexidade que o período que atravessamos representa, por isso adaptámo-nos para que os nossos clientes continuem a sua atividade com a menor disrupção possível, com base em soluções de implementação ágil e que lhes permita um rápido “go-to-market”. 

A co-criação e a manutenção das nossas parcerias, assim como um crescimento orgânico e inoegânico, tem feito parte da nossa estratégia de crescimento e adaptação para responder aos novos desafios do mercado. Por exemplo, firmámos um acordo com a CommVault e através desta aliança estratégica começámos a desenvolver uma solução para proteção de dados. Trata-se de uma solução completa que prevê licenciamento, armazenamento e serviços de consultoria para um cliente de referência no setor das Utilities/Energy. É com este tipo de soluções que pretendemos ser diferenciadores no mercado, ajudando os nossos clientes a garantirem uma correta e total proteção dos seus dados. Acreditamos que este projeto é o primeiro de muitos, enquadrado nas ofertas de proteção para Datacenter e Cloud.


Que conselhos dão às empresas para ultrapassarem os difíceis momentos que passamos?  

Colaborar e ter a mente (e as atividades do dia-a-dia) ainda mais aberta ao exterior. Esta sugestão é dirigida tanto a empresas tecnológicas prestadoras de serviço como a empresas tecnológicas que adquirem esses serviços. Porque o objetivo da tecnologia e da inovação é servir o negócio das empresas e o das Tecnológicas é fazer acontecer – juntas, em parceria ou em co-criação – porque uma coisa que esta pandemia nos demonstrou é que nada se consegue sozinho, e que a digitalização acelerou muito.

Se por um lado as grandes organizações públicas e privadas têm as melhores condições para vencer nestes tempos de digitalização acelerada (por terem mais capital humano e financeiro para investir), é também verdade que as organizações de menor dimensão são normalmente mais ágeis, abertas a novas ideias e propensas à mudança. Seguramente algumas destas entidades saberão transformar as adversidades atuais em modelos económicos de elevado crescimento, sendo que o Plano de Recuperação e Resiliência se poderá constituir como uma alavanca para concretizar esta transformação. Pequenos negócios que não tinham site, criaram-no. Livrarias que não tinham e-commerce, desenvolveram-no. Restaurantes que não tinham um modelo de negócio de take away, implementaram-no. O momento da pandemia mostrou que já existia inovação tecnológica para transformar os negócios e a necessidade aguçou o engenho.

Mas nada se faz sozinho e as empresas, mais do que nunca, necessitam de parceiros tecnológicos competentes em desenvolvimento aplicacional e de infraestruturas de nova geração, alinhando tecnologia e negócio, que garantam a sua competitividade e  um serviço de excelências aos cidadãos por parte das entidades de administração pública.

Acreditamos que este momento deve ser encarado como uma oportunidade para continuar e acelerar a implementação de inovação e de tecnologia. Servir as organizações que compreendem o valor que a tecnologia pode oferecer aos seus planos estratégicos e que, através dela, liderem um futuro cada vez mais digital, independentemente do setor de atividade, ou do controlo de gestão (privado ou público), deve ser o nosso quotidiano, o dia a dia das Tecnológicas. 

Esta é a fase em que devemos tornar ainda mais visível para o mercado as capacidades tecnológicas para alavancar a transformação para o digital das grandes organizações. Todos, em conjunto.​


Fonte: Computerworld​

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