Ignorar Comandos do Friso
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No futuro não precisaremos da carteira

Os métodos de pagamentos estão em profunda mutação. A entrada em cena das FinTech, os efeitos das regulação recente e a alteração dos padrões de consumo vão fazer com que o dinheiro se torne cada vez mais digital.

Num contexto tão dinâmico, evolutivo e inovador como é o sistema financeiro, falar sobre o dinheiro do futuro é quase como tentar antecipar o vencedor do próximo campeonato do mundo de futebol.

Sabemos quem são os candidatos, mas é difícil prever qual deles será vencedor (e de vez em quando aparece um outsider). Acredito que o dinheiro, na sua materialização em numerário, tenha ainda uma esperança de vida razoável. Já outros meios de pagamento físicos, como por exemplo os cheques, tenderão a acabar mais rapidamente.

Sendo o dinheiro uma unidade de conta que serve de medida do valor de bens ou serviços, um meio de troca e liberatório que permite efetuar pagamentos de bens e serviços e reembolsar dívidas e uma reserva de valor que permite conservar poder de compra e transferí-lo do presente para o futuro, terá que continuar a existir, ainda que numa existência digital.

O que já está a mudar e continuará a evoluir com uma rapidez tremenda são os meios de pagamento, ou seja, deixaremos de usar dinheiro físico para utilizar outros meios de pagamento que nos permitam manter as funções do dinheiro. E estes meios passaram, numa primeira fase, pela evolução dos que já hoje utilizamos, ainda que de uma forma mais massiva: apps, serviços de mensagens, devices e wearables e, numa segunda vaga, a voz ou outros meios biométricos.

Quanto ao dinheiro, talvez um dia tenhamos uma moeda digital, universalmente aceite, suportada por uma tecnologia eficiente e regulada por uma entidade única ainda que descentralizada na sua intervenção.


Autor: Pedro Branco, Financial Services Senior Manager da Glintt Portugal