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Resultados da 2ª Edição do Barómetro da Saúde Digital

A Adoção da Telessaúde e da Inteligência Artificial, no Sistema de Saúde em Portugal.

 

A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) e a Glintt, numa parceria científica com a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), e com o apoio institucional dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), trazem a palco - passados dois anos da pandemia SARS-CoV-2 - os resultados da 2ª Edição do Barómetro da Saúde Digital - a Adoção da Telessaúde e da Inteligência Artificial, no Sistema de Saúde em Portugal.

Depois da 1ª edição realizada em 2019, exclusivamente dedicada à Telessaúde e à Inteligência Artificial (IA), a 2ª Edição do Barómetro é também dedicada à Saúde Digital, dividindo-se em três secções: Telessaúde; IA e Saúde Digital. A Sessão aconteceu dia 13 de maio às 14h00, em Sesimbra, no Hotel Sana, e fez parte da agenda da 10ª Con​ferência de Valor da APAH​ dedicada ao tema “Nova Governação em Saúde".

Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, adianta que a 2ª Edição do Barómetro “foi focada na evolução da adoção da saúde digital, telessaúde e da inteligência artificial no Sistema de Saúde nos últimos dois anos, com base nas práticas e perspetivas de 38 instituições de Saúde no país, reportadas pelos seus líderes. Salienta-se o impacto positivo que a pandemia promoveu de forma generalizada na adoção de novas tecnologias e práticas, em particular no que toca a meios telemáticos e à saúde digital, como um todo. Esta mudança que urge promover e consolidar no contexto da prestação de cuidados em Portugal, tem neste barómetro uma importante ferramenta de monitorização e evolução do modelo de governação da Saúde Digital".

Filipa Fixe, Executive Board Member da Glintt, é da opinião que “existe uma clara perceção da importância da adoção da Telessaúde e da Inteligência Artificial no Sistema Nacional de Saúde, tanto ao nível das Entidades Públicas, como Privadas e Público-Privadas. Este ponto foi salientado na 1ª Edição do Barómetro e a 2ª Edição reforça esta mesma realidade". A transformação digital a que todos assistimos na área de saúde é o resultado do impacto positivo da tecnologia nesta área e Filipa aponta o porquê: “a telemedicina, os dispositivos médicos aptos para inteligência artificial, o 5G ou a Gamificação são apenas alguns exemplos da transformação digital na área de saúde e que estão a remodelar completamente a forma como interagimos com os profissionais de saúde, como é que os nossos dados são partilhados entre os provedores ou, simplesmente, como é que as decisões são tomadas relativamente aos nossos planos de tratamento e resultados de saúde".

A 2ª Edição do Barómetro da Saúde Digital contou com uma amostra de 286 respostas ao questionário, das quais 64 respostas são de líderes de instituições (de Saúde), sendo que 47% do universo dos hospitais do SNS participaram no barómetro.

Objetivos:

  • ​​​Compreender o nível de adoção da Saúde Digital nas Instituições do Sistema de Saúde Português, em particular da Telessaúde e da Inteligência Artificial, passados dois anos de pandemia;
  • Identificar áreas de atual e potencial utilização;
  • Clarificar os pontos críticos (facilitadores e barreiras) para a sua adoção e utilização.


Conclusões do Estudo


Telessaúde

  • Nível de adoção:
    • 84% das instituições têm pelo menos um projeto implementado na área da Telessaúde;
    • A Teleconsulta é a área de Telessaúde mais utilizada (96%), seguida da Telemonitorização (63%) e do Telediagnóstico (39%);​
    • Os Hospitais e, em particular os de menor dimensão são as instituições que têm implementadas mais áreas de Telessaúde (7/>500 camas) seguidas dos Hospitais (>500 camas), ACES e ULS (6);
    • 97,7% dos hospitais fizeram teleconsultas e 70% têm projetos implementados de Telemonitorização, seguido do Telediagnóstico (44%);
    • As plataformas informais são a solução mais utilizada para realização de teleconsultas (71,4%), seguida da RSE live (54,8%). No entanto, nos ACES a plataforma mais utilizada é a RSE live (60%);
    • Os hospitais do SNS prestam mais serviços de Telemonitorização na ICC (53%), na DPOC (50%) e no EAM (33%).

 

  • Principais Barreiras/Facilitadores:

Top 3 Barreiras:

    • ​​61% - Baixa literacia em Telessaúde;
    • 48% - Falta de motivação na adoção da telessaúde pelos profissionais;
    • 33% - Falta de formação dos profissionais.

Top 3 Facilitadores:

    • 71,9% - Infraestrutura tecnológica adequada;
    • 57,8% - Motivação na adoção da Telessaúde pelos profissionais;
    • 48,4% - Fácil adaptação às novas tecnologias por parte dos pacientes.​

  • Atitudes:

O universo global dos inquiridos considera que a Telessaúde:

    • ​​56% - É uma prioridade da sua instituição;
    • 51% - Promove a relação entre o Utente e o Profissional de Saúde;
    • 90% - Desempenha um papel muito importante na monitorização remota de doentes crónicos;
    • 85% - Promove uma melhor autogestão da doença;
    • 77% - Permite uma redução das readmissões hospitalares;
    • 75% - A partilha de dados clínicos por Telemedicina promove adequada orientação e adesão terapêutica.


Inteligência Artificial


  • Áreas com maior implementação e evolução face a 2019 (Top 3 dos projetos em fase piloto ou implementados):

    • ​​ A transcrição de voz continua a ser a área com maior implementação com 30%;
    • 24% já faz o agendamento de atividades clínicas;
    • 24% a Interpretação de imagem.
​​
  • Com potencial de adoção a dois anos:

    • 46% considera a gestão do doente crónico (Telemonitorização) como a solução de IA com maior potencial de implementação;
    • 42% considera o Atendimento Automático;
    • 41% considera a Interpretação de Imagens.

  • Principais Barreiras/Facilitadores:

    Top 3 Barreiras:

    • ​​55% - Ausência de “Cientistas de Dados";
    • 39% - Escassez de recursos financeiros;
    • 28% - Inexistência de infraestruturas tecnológicas.

Top 3 Facilitadores:

    • 55% - Necessidade de reconhecimento do potencial de IA por parte dos profissionais de Saúde;
    • 41% - Inclusão de IA no seu Plano Estratégico;
    • 35% - Disponibilidade e Qualidade dos Dados.

 

Saúde Digital

  • Perceção da maturidade digital da Instituição:
    • 38% das Instituições revêm-se num nível de maturidade mais elevado de Saúde Digital;
    • 6,6 /10 é o nível de maturidade digital percecionado pelos líderes no conjunto de todas as Instituições.

  • Prioridades de soluções de saúde digital nas Instituições:
    • ​77% considera a melhoria dos registos médicos eletrónicos;
    • 69% as soluções facilitadoras de acesso aos cuidados de saúde;
    • 64% a interoperabilidade e a segurança e privacidade.

  • Perspetivas de Saúde Digital:
    • Apenas 14% das Instituições refere ter orçamento suficiente para os projetos de SD nos próximos 12 meses;
    • ​E 72% referem que o ambiente para a inovação e o investimento em SD irá melhorar neste período.

 

O Barómetro teve a coordenação científica de Teresa Magalhães, Professora na ENSP-NOVA, do Departamento de Políticas e Gestão de Sistemas de Saúde, que contou com a seguinte equipa:

    • Joana China (ENSP-NOVA)
    • Miguel Cabral (ENSP-NOVA)
    • Miguel Lopes (APAH)
    • Patrícia Pita Ferreira (ENSP-NOVA)
    • Filipa Fixe (Glintt)
    • Ricardo Gil Santos (Glintt)
    • Steeve Ferreira (Glintt)
    • Daniel Carpinteiro Soares (Glintt)

​Os resultados foram apresentados pela ENSP, pela Professora da Escola e Coordenadora do Grupo de trabalho para a Gestão da Informação em Saúde da APAH, Teresa Magalhães; Miguel Cabral, Médico e Coordenador da área de Saúde Digital; Patrícia Ferreira, Consultora em Saúde Pública, e Joana China, Médica e Scientific Researcher.

A mesa-redonda foi o palco de discussão dos resultados e contou com a presença de Ana Sampaio, Presidente APDI - Associação Portuguesa Doença Inflamatória; Filipa Fixe, Executive Board Member da Glintt; Luis Goes Pinheiro, Board Member dos SPMS e Secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa; Óscar Gaspar, Presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, e Rosa Matos, Presidente do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central. A moderação de todo o evento ficou a par de Catarina Baptista, Vogal da APAH e Board Member do Hospital Cruz Vermelha Portuguesa.

Reveja a sessão de apresentação dos resultados da 2ª Edição do Barómetro aqui.

Os resultados da 1ª Edição podem ser consultados aqui. ​​


Veja abaixo os resultados da 2ª Edição: 

 

​Consulte o relatório completo a​qui​.